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terça-feira, 24 de março de 2009

Iraci Gomes Raphael de Sousa Cordeiro


Iraci Gomes Raphael de Sousa Cordeiro





À Iracy


(minha noiva ausente)




Já que não posso acompanhar-te os passos,
Dize-me: como vais passando aí?
Meus olhos tristes, nevoentos, baços,
Nunca se cansam de chorar por ti...

Longe de ti, o coração bem perto,
Eu sofro tanto que não posso mais.
Suponho ver num sonho mal desperto
Do teu semblante os traços virginais.

Como um escravo a te beijar as plantas,
Meu pensamento irá para onde fores,
As minhas dores que são tantas, tantas,
Se irmanarão às tuas dores.

Ah! Se eu pudesse aconchegar-te ao peito,
Dizer baixinho: Iracy, meu bem,
Oh! Não maldigas a prisão de um leito,
Se tu morreres, morrerei também.

Como não posso enxugar-te o pranto,
O pranto algente que te molha a face,
Daqui te envio este poema santo,
É a lembrança de um mísero rapace.

Digo-te a frase sempre repetida,
Oh! Alma de pelúcia e de veludo:
Não posso nunca por amor a vida
Deixar de amar-te se tu és meu tudo.


Waldemar de Sousa Cordeiro

Em 20 de Outubro de 1939.







2 comentários:

  1. Marcos
    Estou adorando teu blog.
    Mas, você quase não me surpreende, pois gosto tanto de todas as tuas "artes", que são tantas!
    Beijão da fã KK

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  2. Prezado Marcos, tudo bem? Parabéns pelo blog! Iniciativas como essa só consolidam a cultura e a História de Pernambuco! Grande abraço, Adriano Marcena.

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