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quinta-feira, 26 de março de 2009


DELMIRO AUGUSTO DA CRUZ GOUVEIA
UM GRANDE PAN NORDESTINO
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De Profundis
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Marcos Cordeiro
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O meu pai foi cearense,
minha mãe pernambucana.
Meu coração recifense,
minha coragem romana!
Meu amor foi pesqueirense,
minha saga alagoana!
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Delmiro sou dos Gouveia,
Augusto filho do Norte,
O Ceará deu-me uma Cruz,
o sertão me fez um forte.
Do comércio e da indústria
fui capitão pela sorte.
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Anunciada Falcão
foi a primeira ilusão...
A cidade do Recife
foi a segunda paixão...
Nas cinzas do Coelho Cintra
quase que perco a razão.
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Feroz e bela mulher
iniciou minha história...
Nos cimos de Ororubá
veio a primeira vitória,
nos planos do Litoral
minha luta foi inglória.
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Do Recife ao Ceará
fui coronel, fui guerreiro,
lutei contra a oligarquia,
fui peão, fui boiadeiro.
Na margem do grande rio
o Nordeste deu dinheiro.

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A força da cachoeira
eu domei para o progresso.
No rol dos civilizados
o Nordeste teve ingresso.
Ao seu passado de atraso
não teremos mais regresso.

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Entre o Recife e o Rio
São Francisco do sertão,
plantei mercados e fábricas
para bens de exportação,
depois um golpe da sorte
fez a minha execução:
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Varado fui pelas balas
no confins do meu sertão.
A inveja mais mesquinha
me mandou pra solidão.
Na curva do velho Chico
enterrei meu coração.
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Adeus Recife e Pesqueira,
Pernambuco e Ceará.
Adeus aos meus companheiros,
meus filhos, minha Iaiá.
Fica a saudade e as trovas
para na História eu entrar.

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Minha homenagem
Marcos Cordeiro – Olinda 2004
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