11129278

11129278

terça-feira, 14 de abril de 2009

Joaquim Raphael de Freitas - Poeta/Historiador de Jabitacá


















8- Antologia de Poetas Pernambucanos


Joaquim Raphael de Freitas - Quincas Raphael




Aboio de Ubiratan da Pedra - PE

...................

MINERVINO


Homenagem de Quincas Raphael

Quando a pessoa nasce
Jesus traça seu destino:
Uns para morrer na velhice
E outros quando menino.
O que espera a quem vive
É a pancada do sino.

A morte de Minervino
Hoje a mim abalou,
Apesar da sua idade
Muita saudade deixou.
Foi ele o maior vaqueiro
Que o Pajeú criou.

Falo aqui por Gonçalo
E Severino Elesbão,
Zé Rocha, Antônio Lourenço,
Bete, Zé Torres e João.
E finalmente por todos
Que já vestiram gibão.

A sua recordação
Ficará eternamente,
Pois não encontrou vaqueiro
Que tomasse a sua frente.
Da marca de Minervino
Não existe mais semente.

Nunca temeu boi valente,
Nem o cavalo ligeiro.
Pela sua honestidade
Nunca lhe sobrou dinheiro.
Eu penso que Minervino
Já nasceu sendo vaqueiro.

Sua fama de vaqueiro
Somente a morte tomou.
Foi o Pelé dos vaqueiros
Enquanto aqui campeou.
Eis o nome dos cavalos
Que Minervino açoitou:

Barroca e Violão,
Maribondo e Barbadinho,
Testa de Aço e Pintado,
Casuleta e Garrinchinho,
Teve o Pedrês enjeitado,
O Corneta e o Gatinho.

Foi vaqueiro no Morcego,
Varzinha e Poço Cercado.
Lá no Riacho do Mel
Deixou seu nome gravado,
Santa Teresa e Tingui,
Duas barras e Taboado.

Pegou boi apadrinhado
Até lá no Moxotó.
Na frente de seu cavalo
Não valia catimbó.
Muita gente até dizia
Que ele não corria só.

Hoje são poucos vaqueiros
Que com ele trabalharam.
Pois a maioria deles
Há tempo se acabaram.
Porém os vivos que restam,
Muito por ele choraram.

Receba as condolências
Da família Raphael
E também Dr. Zé Câmara
Que cumpre o mesmo papel
E ainda Inácio Augusto
Que era amigo fiel.

Fiz este com humildade
Em homenagem ao vaqueiro
Que foi o maior em tudo
No meu Pajeú inteiro.
Por onde passou deixou
O rastro de um cavalheiro.

Este verso ficará
Como uma recordação.
Porque fala do maior
Vaqueiro do meu sertão.
Que até em honestidade
Não teve comparação.


Do seu Livro Afogados Deu de Tudo – Gráfica Mascote – Joazeiro do Norte – CE.


4 comentários:

  1. Eita Sêo Quinca! Maravilhoso em sua simplicidade!
    Nunca o esquecerei, nem as suas conversas e o seu versejar. Bem me lembro quando íamos, crianças, para o seu sítio... De manhãsinha (quase madrugada) íamos tomar banho no açude, ele nos incluía numa bicadinha de cachaça para aguentar o frio, com a devida assinatura de tia Chiquinha! Era o jeito!

    ResponderExcluir
  2. Tinha que voltar para dizer que essa homenagem de Sêo Quinca a Minervino é linda demais!
    E não tem dinheiro que pague um danado de um aboio bonito que nem esse de Ubiratan da Pedra. Eita mundo de gado!

    ResponderExcluir
  3. guttemberg .neto de Francisquinho augusto diz. Quinca é concerteza um dos maiores poetas do nosso Pajeú.

    ResponderExcluir
  4. maravilha e ver na net pessoa que conheci e residimos na mesma jabitaca, onde todos os dias ao ir e vir do sitio tamandua, ao longo do beco da casa de pedra todos os dias eu tinha que passar, ver ele citar en seu poema o nome de severino elisbao meu avo ninguem sabe a emoçao que me dá. cuiaba 25 04 2010
    milton elisbao de carvalho

    ResponderExcluir