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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Origem da Literatura Ocidental



















............................... Ingênua pretensão de São José do Egito
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Origem da Literatura Ocidental
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........................................................................................ Marcos Cordeiro

É do conhecimento geral que as origens da Literatura Ocidental estão na Grécia, à excessão de alguns habitantes de São José do Egito, conforme atesta o portal à entrada daquela cidade do sertão do Pajeú que se atribui como o “berço imortal da poesia”. Mera pretensão ou simples inocência do autor ou autores do ingênuo disparate...
A contribuição da Literatura da Grécia para a formação da Literatura do Ocidente, não se resume apenas às estrofes e versos da Ilíada e da Odisséia, atribuídos a Homero. É também de origem grega o nascimento da dramaturgia européia e conseqüentemente da arte cênica ocidental. Também tiveram papel relevante na formação da Literatura Européia os poetas líricos, Hesíodo, Pausânias e outros que fixaram mitos antigos da cultura helênica. A Filosofia, a História (adotada como disciplina por Heródoto) e até mesmo a Medicina, cuja literatura foi fixada por Hipócrates e as Religiões e suas práticas, entre outras contribuições.
Por tudo isso, então, é que a maioria dos estudiosos considera que a POESIA, como parte fundamental da Literatura Ocidental, teve o seu berço na Grécia, precisamente com aqueles dois famosíssimos poemas épicos que descrevem em seus versos a história da Guerra de Tróia – a Ilíada, e a história do retorno do herói Ulisses para casa – a Odisséia. Até pouco tempo era voz comum que esses dois monumentos literários eram da autoria do grande aedo Homero, porém, atualmente algumas correntes de estudiosos sustentam a tese de que Homero é um personagem lendário, portanto, os textos teriam sido criados por diversos poetas até a sua fixação definitiva no sec. VI a.C.,em Atenas.
Entre os textos poéticos mais antigos da Literatura Grega temos também, os poemas: “Teogonia” – sobre as origens dos deuses e “Os Trabalhos e os Dias” de Hesíodo. Também merecem destaque na Poesia Lírica, diversos poetas como: Safo, Anacreonte, Simonides, Eurípides, Empédocles e Platão no Período Clássico – 2000 a 323 a.C., Asclepíades, Teócrito, Anite, Nóssis, Calímaco, Simias de Rodes, Possidipo e Alceu de Messênia, entre outros, no Período Helenístico. No Período Greco-Romano podemos citar: Melêagro, Filodemo, Crinágoras, Marco Argentário, Lucílio e Rufino, entre outros. No Período Bizantino temos Paladas, Gregório o Teólogo, Claudiano, Damásquio Filósofo, Agatias Escolástico, Juliano, Prefeito do Egito, Macedônio Cônsul, Paulo Silenciário e diversos poetas anônimos. Todos esses tiveram um papel importantíssimo na fixação e desenvolvimento da poesia epigramática grega.São integrantes da Antologia Grega ou Palatina que abrange os séculos VII a.C. a V d.C.
Na Dramaturgia se destacam: Ésquilo que introduziu na Literatura Ocidental o diálogo poético numa interação da Poesia com o Teatro. A sua mais importante obra é a tragédia Oréstia sobre os Atridas. São destaques ainda: Sófocles, Eurípides e Aristófanes com as obras: Lisístrata e As Vespas. Platão, discípulo de Sócrates, escreveu diversos textos científicos, porém, a sua mais importante contribuição para a Literatura Ocidental foi a sua Arte Poética onde já estabelece concepções do drama e parâmetros para a Crítica Literária.
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Período Clássico: 2000 a 323 a.C.
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Safo
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Contemplo Como o Igual dos Próprios Deuses
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Contemplo como o igual dos próprios deuses
esse homem que sentado à tua frente
escuta assim de perto quando falas
com tal doçura,
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e ris cheia de graça. Mal te vejo
o coração se agita no meu peito,
do fundo da garganta já não sai
a minha voz,
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a língua como que se parte, corre
um tênue fogo sob a minha pele,
os olhos deixam de enxergar, os meus
ouvidos zumbem,
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e banho-me de suor, e tremo toda,
e logo fico verde como as ervas,
e pouco falta para que eu não morra
ou enlouqueça.
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Anacreonte
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Eis a tumba do resoluto Timócrito;
a guerra poupa os covardes, não os bravos.
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Pastor, pasce teu gado longe daqui, mas não leves junto
a novilha de Míron, pensando que ela está viva.
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Simonides
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Homem, o que vês não é a tumba de Creso, mas a cova
de um pobre artesão, para mim o bastante.
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Platão
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Eu, a Laís que altiva riu da Grécia, eu que tive outrora
amantes jovens em penca à minha porta,
dedico a Afrodite este espelho, pois não quero ver
como sou e não me posso ver como era.
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Nove são as Musas, dizem alguns. Quanta negligência!
Eis a décima: Safo de Lesbos.
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Período Helenístico: 323-146 a.C.
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Asclepíades
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Com a bela Hermíone folgava eu certa vez; trazia
ela, ó Páfia, um cinto de variadas flores
onde estava escrito em letras de ouro: "Ama-me toda, mas
não te atormentes se a outro eu pertencer"
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Anite
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Vivo, este homem era Manes, um escravo, morto,
vale agora o mesmo que o grande Dario.
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Um comentário:

  1. Prezado sr., Marcos Cordeiro, casualmente descobri o seu blog. Está de parabéns pelo trabalho de resgate de tantos valores da poesia pernambucana. Agora, pedimos mil perdões se estivermos enganados, mas o sr. afirma no final do seu artigo sobre a Origem da Literatura Ocidental que Platão teria escrito a obra A Arte Poética. Esta obra pelo que sabemos foi escrita por Aristóteles, discípulo de Platão. Fora essa observação, verificamos que o sr. foi um privilegiado, pois conviveu com uma nata seleta de intelectuais, artistas e poetas pernambucanos e da região. Não tivemos a mesma sorte, somos de uma geração posterior; no entanto, ainda pudemos conhecer o magnânimo e genial poeta Alberto da Cunha Melo e ter sido aluno no curso de bacharelado de Filosofia da UFPE de outro grande e não menos genial poeta Ângelo Monteiro. Devemos muito a ele de nossa formação filosófica, principalmente no tocante à Filosofia da Arte e da Estética. Sucesso com o seu blog!

    Genésio Linhares
    Prof. de Filosofia da FACHUCA
    E as vezes arrisco uns versos.
    e-mail: genesiolinhares@yahoo.com.br

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