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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Monteiro - Paraiba








Monteiro da minha mãe!


Sempre que vou a minha Sertânia, vou a Monteiro também! Por quê? Porque, hoje, as melhores atrações daquela que já foi uma das cidades mais agradáveis e graciosas do sertão do Moxotó, não estão lá e sim na sua vizinha paraibana – Monteiro. Dar um passeio em Monteiro para dançar forró nas inúmeras festas de ruas ou ir almoçar num dos restaurantes da cidade, na Extrema ou na Pedra do Peru - de Assis Martins, ambas na sua área rural, é um verdadeiro regalo. Do cardápio ao atendimento.
Sair de Sertânia já é uma verdadeira graça, para não termos que ficar observando o seu pobre casario de fachadas tristes e feias, porque descaracterizadas e substituídas por grades, garagens de carros e outras alterações permitidas pela ausência de um Plano Urbanístico que preserve a estética e o estilo arquitetônico, de raízes clássicas, do seu antigo núcleo histórico – Rua Amaro Lafayette ou Rua “Velha”, a antiga Praça Martins Júnior, a Rua Dr. Raul Lafayette e a Rua Benjamin Constant, para citar só essas. Pelo menos que se preservasse o centro histórico original da Rua Amaro Lafayette. Ali onde nasceu Sertânia. É mesmo um lamentável atestado de desprezo pela História e pela cultura da outrora Princesa do Moxotó.
Qualquer cidade, por mais modesta que seja, deve preservar o seu Patrimônio Cultural, seja ele arquitetônico ou imaterial, naquilo que ele tem de mais representativo, igrejas, casarões e outros monumentos dignos de nota. No caso de Sertânia verificou-se além da destruição da antiga matriz de N. S. da Conceição, de estilo colonial, e dos coretos das Praças, a construção de imóveis em plena via pública como na Rua Francisco Sales e absurdas construções sobre pilotis nas calçadas. Se não houvesse espaço disponível, mesmo assim seria injustificável, porém, Sertânia possui muito espaço para novas construções e para o crescimento do perímetro urbano. Outro absurdo é o tráfego de caminhões e transportes pesados pela área urbana, quando o certo seria a construção de vias que contornassem o centro degradado da, hoje, pobre e desgraciosa Sertânia.
Por isto é que louvo o povo de Monteiro e os seus dirigentes e louvo mais ainda os da cidade de Sumé – ex-distrito de Monteiro, pela preservação dos seus Patrimônios Arquitetônicos. Ambas com ruas limpíssimas, arborizadas e sinalizadas, praças bem cuidadas e com iluminação adequada para destacar e valorizar o seu casario, dos mais bonitos do Cariri Paraibano, e quiçá do Estado, fazem a diferença, com relação à Sertânia, entre outras. Não é que em Pernambuco não exista cidades preservadas. Existe sim. E posso citar algumas delas como Igarassu, Pesqueira, Brejo da Madre de Deus, Floresta, Triunfo e Santa Maria da Boa Vista, entre outras, da Mata, Agreste e Sertão pernambucanos.
Portanto, é sempre agradável para a vista e para a mente, se não, para a sensibilidade, todas as vezes que vou a Sertânia, efetuar, pontualmente, um passeio por uma dessas duas cidades do nosso Estado vizinho, com quem mantenho laços estreitos e afetuosos. Não só culturais, mas, acima de tudo, familiares. Monteiro serviu de berço a minha mãe Iraci e a inúmeros tios, tias e primos que lá residem e dão continuidade aos nomes de nossas família Gomes dos Santos e Raphael naquela parte da Paraíba. Lá passei férias e participei de muitas festas e reuniões familiares e sociais. E tenho certeza, ali deixei uma parte de mim mesmo que até hoje exerce sobre o meu sentimento uma atração especial por aquele pedacinho da Paraíba. Muitas vezes tenho me interrogado sobre o que ficou, realmente, ali de mim... E hoje, só hoje, portanto, é que descobri: Em Monteiro deixei uma parte da minha infância, da adolescência e da mocidade, quando ali estive em férias com o primo Darlinho Raphael Campelo na casa dos seus avós e meus tios-avós Olimpio e Jove, juntamente com a sua saudosa mãe Maria do Carmo; nas corridas de cavalos em frente da Fazenda Limão, organizadas por um amante do turfe, o Sr. Josa Leite, torcendo por Vingador ou Pagão; nas partidas amistosas de futebol entre as equipes de Sertânia e Monteiro; nos Bailes do Aero Clube; nas festas comemorativas das Bodas de Diamantes de tia Jove e tio Olímpio na cidade e de tia Santa e tio Napoleão Santa Cruz na bela e saudosa Fazenda Jatobá (onde havia as inesquecíveis moagens do velho Engenho de tração animal, hoje de fogo morto) e na soberba festa dos quinze anos de Cleide Lúcia Raphael, filha do saudoso primo-irmão da minha mãe Darcilio Gomes Raphael; nas visitas às casas dos tios-avós João Ferreira Gomes e Áurea Raphael Gomes, Vitor e Zulmira Gomes dos Santos e ainda as dos primos Rodolfo e Toinha Santa Cruz, Oscar Neves e Maroquinhas Santa Cruz Neves, Inácio Feitosa e Alice Santa Cruz Feitosa, Louzinha Gomes Torres, Theófila Gomes e em tempos mais distantes as casas dos tios Carmelita Raphael e Luis Leite Soares – Ex Prefeito de Monteiro, e a minha tia-avó Felismina Gomes dos Santos.
Por tudo isso e pela memória oral dos feitos e exemplos de membros da nossa família, pelo lado materno, como o meu bisavô Coronel José Gomes dos Santos, da Fazenda Caiçara, o meu avô Manoel Raphael Sobrinho, comerciante e fazendeiro, o tio-bisavô Coronel Manoel Joaquim Raphael da Cruz, comerciante e fazendeiro, Coronel Cizenando Raphael de Deus, da Fazenda Feijão – Ex Prefeito de Monteiro, Coronel Paulino Raphael e Andrelino Raphael de Deus da Fazenda Varzinha, todos pioneiros ali naqueles sertões da Paraíba e de Pernambuco, é que eu, minhas irmãs e primos de Sertânia nos sentimos se não filhos, pelo menos netos da querida Paraíba do Norte de minha querida e saudosa mãe Iraci Gomes Raphael de Sousa Cordeiro.







7 comentários:

  1. Oi Marcos.
    É sempre agradável e surpreendente visitar o teu blog, nosso vademecum. Adorei essa postagem sobre Monteiro, que também para mim é adorável e inesquecível.
    É verdade! Como Monteiro conseguiu ficar bela com o passar do tempo, sem que ocorresse tanto estrago em sua cara, em seu casario, suas fachadas. Mas, é lamentável a destruição da antiga casa dos Rafael para construção de um cinema que nem mais funciona. É também triste que o coreto da praça tenha sido destruído. Mas, não se compara com o que se perpetrou de destruição em Sertânia, é como se esta andasse para trás.
    Não existe mais o América, palco de tão lindas festas que atraía tanta gente,de tantas cidades.
    As fachadas das casas, como falaste, foram destruídas, na maior parte, as calçadas cheias de colunas de alvenaria para sustentar andares improvisados, feios, decrépitos, de imenso mau gosto.
    Aquela bela e antiga casa da Rua Velha, como tem dois proprietários, então foi dividida no meio, e sua fachada, pasme, de um lado é ultra moderna e feia, e do outro conserva as linhas da antiga casa, por sinal muito bela.
    Aquele giradouro, que era um pequeno canteiro com uma bela árvore, no final da Benjamin Constant, de onde se segue para a Rua Velha, ou para a Prefeitura, ou para a Floriano Peixoto, existe hoje uma horrível tenda/bar/quiosque, inclusive com um WC público (?) de onde os usuários saem ainda se abotoando em plena rua! Que substituição, quanto mal gosto!
    Sem falar na cobertura de asfalto que colocaram por cima do antigo calçamento, que simplemente está cozinhando as ruas e os moradores das mesmas, em vista do sol forte.
    Não se entende, que num momento em que as antigas cidades que tinham calçamento, retiram o asfalto para retornar ao antigo calçamento, uma cidade relativamente antiga e quente como Sertânia, perpetre mais este absurdo.
    O antigo Mercado Público, que parece estão transformando em escola. Por que?
    A bela estação ferroviária, que tudo indica talvez seja reativada, onde tambem foi feita uma horrível construção por cima dos trilhos e imprensada e ao mesmo tempo solta no meio da rua. Por que? Com tanto terreno, tanto espaço que tem a cidade!
    E nem falei dos antigos coretos, o da Igreja Matriz, e o da Praça da Prefeitura, cheio de buganvilias. Quanto estrago!
    Realmente é difícil de entender. É uma cidade totalmente destituída de uma política de urbanização. Quem chega faz o que quer, por mais absurdo que seja.
    Cada vez que visito Sertânia fico triste, me dá muita pena ver minha cidade tão triste, feia e destruída.

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  2. Marcos com Monteiro é diferente, os sentimentos são mais intensos.
    Sempre imagino, por volta de 1900, meu avô, Acácio Rafael, deixando Monteiro e sua família e indo fixar-se na Mata Sul de PE.
    Parece o caminho inverso feito pelo Cel. Francisco Rafael da Costa, deixando o Sul (Cabo) para conquistar o Sertão.
    O Sertão sempre me toca profundamente. Monteiro, em particular, inebria-me de emoções e de uma recordação frustrada;não tenho o passado, que gostaria de ter tido, de lá.

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  3. Oi Marcos Cordeiro, belo blog cultural este que você criou, onde pode-se desvendar a história e conhecer ainda mais nossas origens. Quanto à cidade de Monteiro-PB, solicito uma informação: Minha família conta que existe ou existiu uma estátua em praça pública na cidade de um tio de minha avó paterna, ele foi um dos pioneiros da cidade, tem também no nome "Raphael", você sabe me dizer o nome completo deste pioneiro.
    Um Abraço,
    Marcos Vasconcelos

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    1. Coronel Manoel Joaquim Raphael. Grande benemérito de Monteiro. Nasceu em São José do Egito. Era irmão do meu bisavô José Raphael da Cruz, também de São José do Egito.

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  4. O POETA E A SAUDADE

    Meu amigo Marcos Cordeiro,
    grande poeta, maior trovador,
    sertaniense e, como eu, sonhador,
    também filho de Monteiro!

    Oh! É assim que o saúdo,
    filho de Dema Cordeiro,
    meu querido professor,
    poetas que sabem tudo.

    Ah! Esta saudade apertando
    meu coração sertanejo;
    quando a estarei domando?

    Meu Deus, o tempo se esvai
    como nuvens se esgraçando
    nos céus qual chuva que cai!

    Eurivaldo Remígio

    Fortaleza-CE, 29.l0.2010

    (Poema saído do coração agora!)

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  5. OI TUDO BEM,SOU DE SÃO JOSÉ DO EGITO E NÓS TEMOS UM ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO E EM BREVE ESTAREMOS FAZENDO UM DOCUMENTÁRIO SOBRE AS PRINCIPAIS LIDERANÇAS QUE MARCARAM A NOSSA CIDADE,SEM SOMBRA DE DÚVIDAS A FAMÍLIA RAPHAEL VAI SER PESQUISADA COM AS LIDERANÇA DOS IRMÃOS PAULINO RAFAEL E PAULO RAPHAEL AMBOS NASCIDOS AQUI NO SÍTIO SERROTE PINTANDO EM SÃO JOSÉ DO EGITO,POR FELICIDADE AINDA EXISTE A CASA ANTIGA QUE AINDA PERTENCE AOS RAPHAEL.PAULINO RAPHAEL AINDA CHEGOU A SER PREFEITO EM AFOGADOS DA INGAZEIRA ENTRE 1897 A 1901 E SEU IRMÃO PAULO RAPHAEL DA CRUZ VEREADOR EM SÃO JOSÉ DO EGITO LOGO QUANDO SÃO JOSÉ PASSOU A SER CIDADE EM 1909 A QUAL PERTENCIA A INGAZEIRA.ATENSIOSAMENTE JAIR SOM PRODUÇÕES

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    1. Paulo Raphael também foi prefeito de São José do Egito.

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