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terça-feira, 25 de maio de 2010

Capela Dourada do Recife - A alma de ouro de Pernambuco - Marcos Cordeiro



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Capela dourada do Recife - A alma de ouro de Pernambuco

Agora lábios meus
dizei, cantai e anunciai:


Sobre a sua terra amada
está a capela radiosa.
Tem na alma entalhada
sua sina venturosa.
As sete dores do filho,
sua História tormentosa.

As sete dores da terra
no seu peito se cravaram.
Nas volutas do seu corpo
sete pregos se travaram.
Na madeira recortada
a alma do filho entalharam.

Casa santa do mistério
tens paredes delirantes.
Bordadas com ouro puro
tens alfaias com brilhantes,
Tu guardas no teu sacrário
as almas dos teus infantes.

De Pernambuco insurgente,
pairam nomes e espiritos.
De Caneca e Miguelinho
talvez sejam esses gritos:
Liberdade! Liberdade!
contra os baianos aflitos.

Ouve aqui ó Pernambuco
o canto do teu passado
que meus lábios anunciam
no ouro dos entalhados
do teu altar e tabernáculo
pela história preservado.

Quando em dias já passados,
João e Pedro quase o mataram,
foi neste teu relicário
que no cedro entalharam,
a tua alma, ó Pernambuco!
e no ouro te encarnaram.

Ressoando nos teus sinos,
se a Francisco celebram
ou mesmo se as sete dores
de Pernambuco relembram:
Alagoas e São Francisco,
orando muitos lamentam.

Aqui no teu tabernáculo
teus arcos são evocados
Conceição e Santo Antônio
e Bom Jesus são chorados.
Templos do Corpo Santo
e Martírios são lembrados.

Eis aqui caros irmãos
este evangelho dourado,
o punhal das sete dores
em Pernambuco cravado,
num crucifixo de ouro
aqui para sempre guardado.

Agora lábios meus
dizei, cantai e anunciai!

Louvores a Pernambuco
dizei, cantai e pronunciai!

Marcos Cordeiro, 20 de maio de 2010

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Um comentário:

  1. Querido Marcos, seu poemouro sobre a Capela Dourada é joia rara das letras pernambucanas.
    Deveríamos obrigá-lo a atualizar seu excelente blog todos os dias.
    Abraços do amigo Adriano Marcena

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