Canto VI
ou
Romançal da Invasão Holandesa
e dos Tempos de Nassau
I
A armada da
Holanda
chegou e incendiou
a Vila Marim
d´Olinda
porém ninguém se
entregou,
nas matas e nas
florestas
todo o povo se
encantou.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não tombes incendiada.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não caias
assassinada.
Nos cajueiros mil
olhos
nos palmares mais
dois mil
habitantes de
Olinda
com clavinote e
fuzil
para a longa
resistência
toda a gente
fugiu.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não tombes
incendiada.
Ai Olinda! Ai Olinda!
Não caias
assassinada.
De muito longe se
via
Uma cidade
iluminada.
Era Olinda que
ardia
sob a metralha
cruzada
da Companhia das
Índias
e dos canhões da
Armada.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não tombes
incendiada.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não caias
assassinada.
Da Holanda
européia
na Holanda
americana,
dos batavos
traficantes
de pau brasil e de
cana.
Da madeira e do
açúcar
nessas terras
lusitanas.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não tombes
incendiada.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não caias
assassinada.
Além de um monte
de pedras
que restou da bela
Olinda?
Só conventos e
igrejas
restaram para a
Holanda,
só o orgulho e a
honra
de uma cidade
veneranda.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não tombes
incendiada.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não caias
assassinada.
Além de um monte
de pedras
que restou da bela
Olinda?
Só à vontade e a
força
de uma idéia bem
vinda:
de Portugal e
Holanda
ela ser livre
ainda.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Não tombaste
incendiada.
Ai Olinda! Ai
Olinda!
Caíste
martirizada.
De Olinda
incendiada,
das cinzas surge o
ideário
de Pernambuco ser
livre,
ser o Estado
Libertário
de um povo
soberano,
audaz
revolucionário.
Marcos Cordeiro - Romançal Paranambuco - 2ª Edição - Polys Editora - 2007 - Funcultura
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