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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

MARCOS F. G. CORDEIRO NA ACADEMIA OLINDENSE DE LETRAS

 

 
 







 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 

 

Canto VI

ou

Romançal da Invasão Holandesa

e dos Tempos de Nassau

I

 

A armada da Holanda

chegou e incendiou

a Vila Marim d´Olinda

porém ninguém se entregou,

nas matas e nas florestas

todo o povo se encantou.

 

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não tombes incendiada.

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não caias assassinada.

 

Nos cajueiros mil olhos

nos palmares mais dois mil

habitantes de Olinda

com clavinote e fuzil

para a longa resistência

toda a gente fugiu.

 

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não tombes incendiada.

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não caias assassinada.

 

De muito longe se via

Uma cidade iluminada.

Era Olinda que ardia

sob a metralha cruzada

da Companhia das Índias

e dos canhões da Armada.

 

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não tombes incendiada.

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não caias assassinada.

 

 

Da Holanda européia

na Holanda americana,

dos batavos traficantes

de pau brasil e de cana.

Da madeira e do açúcar

nessas terras lusitanas.

 

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não tombes incendiada.

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não caias assassinada.

 

Além de um monte de pedras

que restou da bela Olinda?

Só conventos e igrejas

restaram para a Holanda,

só o orgulho e a honra

de uma cidade veneranda.

 

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não tombes incendiada.

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não caias assassinada.

 

Além de um monte de pedras

que restou da bela Olinda?

Só à vontade e a força

de uma idéia bem vinda:

de Portugal e Holanda

ela ser livre ainda.

 

Ai Olinda! Ai Olinda!

Não tombaste incendiada.

Ai Olinda! Ai Olinda!

Caíste martirizada.

 

De Olinda incendiada,

das cinzas surge o ideário

de Pernambuco ser livre,

ser o Estado Libertário

de um povo soberano,

audaz revolucionário.
 
 
Marcos Cordeiro - Romançal Paranambuco - 2ª Edição - Polys Editora - 2007 - Funcultura
 
 
 

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