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sábado, 26 de maio de 2012

Tânia Carneiro Leão - Antologia de Poetas Pernambucanos




 














Tânia Carneiro Leão

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Há muito tempo que eu sentia o cheiro de poesia nas pinturas, desenhos e cerâmicas de Tânia. Felizmente, minhas suspeitas se confirmaram. Mais uma artista plástica ingressa no pequeno círculo de pintores/poetas de Pernambuco e do Brasil. É com alegria e encantamento que recebo e apresento Tânia para esse Círculo do qual fizeram e fazem parte Vicente do Rego Monteiro, Solano Trindade, Olímpio Bonald Neto, Montez Magno e outros.
Olhando e lendo seus quadros e poemas, tive uma grata sensação de perceber que do pincel à pena Tânia criou uma ponte que nos enleva e nos leva à mais requintada esfera da formosura e da estética pernambucana e universal.
Senhora dos seus anéis, Tânia sabe navegar com inspirada desenvoltura tanto nas ondas e nos segredos da pintura quanto nos encantos da poesia. Sensual, requintada e tátil sua poesia é pura emoção e revelação. Valendo ressaltar um delicioso traço de bom humor e encantamento com a vida e os seus significados e mistérios.
Conhecedora profunda da leitura e do significado das artes,seja ela uma escultura, uma tela, uma terrina Limoges, uma sopeira Staffordshire ou Companhia das Índias, um biscuit Meissen, um jarro Sevres, uma luminária Lalique ou uma terracota erudita ou popular, ela nos traz nos seus poemas e nas suas telas esses mimos e emoções.
Seja muito bem vinda, querida Tânia. Estamos aqui em Olinda ou no Marco Zero do Recife, onde Cícero Dias disse que “começava o mundo” a esperar sempre por seus quadros e seus poemas.


Marcos Cordeiro

Olinda, Maio de 2012.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Alberto da Cunha Melo - Bilhete para Marcos Cordeiro



Marcos Cordeiro e Alberto da Cunha Melo


Retrato de Rafaella quando menina







Hoje, 25 de maio de 2012 encontrei, quase esquecido dentro de um livro, um bilhete/poema do meu amigo Alberto da Cunha Melo. Com emoção li e reli suas diletas palavras sobre um tempo “sem ressentimentos” em que festejávamos a vida, as festas, minhas pinturas e desenhos, a música e a minha filha Rafaella em Olinda.
Para os meus queridos seguidores ofereço dois bilhetes:
O primeiro de Alberto, o segundo bilhete – a minha resposta um pouco tardia. Porém, não menos viva e atual.

Bilhete de Alberto da Cunha Melo para Marcos Cordeiro

Marcos

Saudade das mangas-rosas e das
Cabritinhas de Sertânia que sua
Arte recriou tão verdemente;
Saudade das cervejas e da menininha
Recém-nascida e de um poema que nasceu
Na hora para ela;
Saudade de tempos sem ressentimentos,
De fins de semana que era só música,
Olinda, Recife e festividades.

Um abraço, meu irmão.
14-11-95.

Alberto


Bilhete de Marcos Cordeiro para Alberto da Cunha Melo


Alberto

O bilhete poético que me mandaste
entremeado de saudosas referências,
trouxe-me outra vez a tua voz
apascentando marrãs e borboletas
ou colhendo mangas-rosas nos beirais
do casarão vermelho de São Pedro
e o sorriso matinal de Rafaella.

As cabras e cabritas estão bem lindas
na minha arte onde as crio sempre belas
além do tempo e da prisão das telas.

As cervejas, continuam loiras,
com tira-gostos de saudades
e canapés de versos livres,
sem rimas e ressentimentos.

A música, essa agora é bem escassa
só batuques e ruídos atropelam
nossos ouvidos que estão feridos.

No Recife e em Olinda só barulho.
Se não fossem os tantos passarinhos
que tu deixaste cantando nos teus versos
só teríamos então, gritos e rinchos.

Até logo meu caro poeta,
se daí remetes tuas saudades.
Saudades que também são minhas

de Olinda e do Recife,
de música e de festividades.

Até logo então, caro poeta,
aqui vamos ficando com Yacala
na mente e no coração.

Olinda, 20 - 05 - 2012.

Marcos