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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Alberto da Cunha Melo - Bilhete para Marcos Cordeiro



Marcos Cordeiro e Alberto da Cunha Melo


Retrato de Rafaella quando menina







Hoje, 25 de maio de 2012 encontrei, quase esquecido dentro de um livro, um bilhete/poema do meu amigo Alberto da Cunha Melo. Com emoção li e reli suas diletas palavras sobre um tempo “sem ressentimentos” em que festejávamos a vida, as festas, minhas pinturas e desenhos, a música e a minha filha Rafaella em Olinda.
Para os meus queridos seguidores ofereço dois bilhetes:
O primeiro de Alberto, o segundo bilhete – a minha resposta um pouco tardia. Porém, não menos viva e atual.

Bilhete de Alberto da Cunha Melo para Marcos Cordeiro

Marcos

Saudade das mangas-rosas e das
Cabritinhas de Sertânia que sua
Arte recriou tão verdemente;
Saudade das cervejas e da menininha
Recém-nascida e de um poema que nasceu
Na hora para ela;
Saudade de tempos sem ressentimentos,
De fins de semana que era só música,
Olinda, Recife e festividades.

Um abraço, meu irmão.
14-11-95.

Alberto


Bilhete de Marcos Cordeiro para Alberto da Cunha Melo


Alberto

O bilhete poético que me mandaste
entremeado de saudosas referências,
trouxe-me outra vez a tua voz
apascentando marrãs e borboletas
ou colhendo mangas-rosas nos beirais
do casarão vermelho de São Pedro
e o sorriso matinal de Rafaella.

As cabras e cabritas estão bem lindas
na minha arte onde as crio sempre belas
além do tempo e da prisão das telas.

As cervejas, continuam loiras,
com tira-gostos de saudades
e canapés de versos livres,
sem rimas e ressentimentos.

A música, essa agora é bem escassa
só batuques e ruídos atropelam
nossos ouvidos que estão feridos.

No Recife e em Olinda só barulho.
Se não fossem os tantos passarinhos
que tu deixaste cantando nos teus versos
só teríamos então, gritos e rinchos.

Até logo meu caro poeta,
se daí remetes tuas saudades.
Saudades que também são minhas

de Olinda e do Recife,
de música e de festividades.

Até logo então, caro poeta,
aqui vamos ficando com Yacala
na mente e no coração.

Olinda, 20 - 05 - 2012.

Marcos



Um comentário:

  1. Que saudade de Alberto e sua poesia que tanto amo. Embora eles estejam entre nós pra sempre, na verdade! E-terna poesia, e-terno poeta.
    Saudades também desse tempo sem ressentimentos, só música, as duas cidades irmãs embevecidas e inocentemente festivas. Ah Yacala revisitada...

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