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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Movimento da Ribeira, Oficina 154 e Atelier + 10 - Renascimento Artístico de PE.












Desenho de Augusto Rodrigues

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Pintor, desenhista e gravurista Wilton de Souza
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Pintura de W. Virgulino

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Pintura de Francisco Brennand


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Mural de Abelardo da Hora

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Convite de Exposição comemorativa do Movimento da Ribeira

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Desenho de Vicento do Rego Monteiro

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Oficina 154

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Porta da Oficina 154

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Pintura de José Barbosa

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Tiago Amorim

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Ypiranga Filho

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Maria Carmen

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Pintura de Maria Carmen

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Pintora Mariza Lacerda

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Pintura de Mariza Lacerda

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Pintura de José Tavares











Movimento da Ribeira, Oficina 154
e Atelier + 10

Renascimento Artístico de Pernambuco



Era a década de 60. Em Pernambuco, particularmente no Recife, vivia-se uma época de grande efervecência política e renascimento cultural e artístico. No cenário internacional o que mais chamava à atenção de jovens, estudantes, intelectuais e artistas era a Revolução Cubana – 1º de janeiro de 1959, com todos os seus desdobramentos e influências. No cenário nacional era a inauguração de Brasília que marcava uma nova era para a República Brasileira. Como não poderia ser de outro modo, Pernambuco acompanha e participa de toda essa efervecência com a fundação do TPN – Teatro Popular do Nordeste por Hermilo Borba Filho e outros, o Movimento de Cultura Popular, a criação de diversas galerias de arte como: Galeria de Arte Rosemblit, Galeria de Arte do Recife, pertencente a Prefeitura do Recife, a Galeria do TPN, a Galeria da Casa Holanda, Galeria "A Bela Aurora" e a Galeria de Arte Oliveira/Rodrigues, coordenada pelos irmãos Fernando e Abelardo Rodrigues.
Essa primeira fase se encerra com o movimento militar de 1964 no Brasil. Em Pernambuco muitos artistas, intelectuais, políticos e ativistas engajados na luta pelas reformas de base e posteriormente numa outra luta contra a Ditadura Militar e pela implantação de uma “Revolução Marxista” nos moldes da Revolução Cubana, são presos, deportados e mortos. No mesmo ano da implantação do Regime Militar, diversos artistas, muitos deles egressos da Sociedade de Arte Moderna do Recife, fundam um dos Movimentos Culturais mais importantes da História das Artes Plásticas em Pernambuco – o Movimento da Ribeira. Com esse “Movimento” iniciam a segunda fase do “Renascimento artístico” de Pernambuco. Participaram da sua fundação no antigo Mercado da Ribeira em Olinda, os artistas José Barbosa, Guita Charifker, José Tavares, Adão Pinheiro (na época Secretário de Turismo do Prefeito Eufrásio Barbosa de Olinda), Ypiranga Filho, Roberto Amorim, João Câmara Filho e posteriormente Tiago Amorim e João Sebastião. Ainda em 1964 o “Movimento da Ribeira” realiza na Galeria do Mercado da Ribeira a 1ª Exposição Coletiva do Atelier da Ribeira com a participação dos fundadores e de um dos mais importantes artistas de Pernambuco – Vicente do Rego Monteiro, também, um dos criadores do Movimento Modernista no Brasil. Em maio de 1965 o “Movimento da Ribeira” realiza na galeria da Ribeira a importante exposição “A mulher na Arte Pernambucana”
Com o endurecimento do regime militar, caiu o prefeito Eufrásio Barbosa de Olinda e com ele Adão Pinheiro e o “Movimento da Ribeira”. Ainda no ano de 1965, o mesmo grupo da “Ribeira” acrescido de outros artistas e alunos da Escola de Belas Artes do Recife, fundam a Oficina 154 num casarão da Rua de São Bento nº 154 em Olinda. Na 1ª Mostra da Oficina 154, encontramos os nomes de Ypiranga Filho, Cariri, Manoel da Silva, Emanuel Bernardo, Sylvia Pontual, Luciano Pinheiro, José Tavares, Tiago Amorim, Guita Charifkler, Mary Gondim, Célia Ferreira, Marisa Lacerda, Roberto Amorim, Olímpio Bonald Neto, Mirella Andreotti e Norma Santos.
Paralelamente com a Oficina 154, outro grupo formado por João Câmara, Anchises Azevedo, Jorge Tavares, Wellington Virgulino, Maria Carmen, José Cláudio, Montez Magno, Liêdo Maranhão, Vera Bastos e Vicente do Rego Monteiro, funda na Rua do Amparo nº 164 o Atelier + 10.
A partir desses três momentos, as Artes Plásticas pernambucanas, confirmando o que fizeram os “Independentes” (1936), a Sociedade de Arte Moderna do Recife (1948), o Atelier Coletivo (1952) e o Clube da Gravura do Recife (1952), se afirmaram definitivamente na História das Artes Plásticas em Pernambuco e no Brasil.


“Independentes”: Elezier Xavier, Hélio Feijó, Augusto Rodrigues, Lula Cardoso Ayres e Cícero Dias.
Sociedade de Arte Moderna: Abelardo da Hora, Hélio Feijó e Ladjane Bandeira – fundadores. Augusto Reinaldo, Lula Cardoso Ayres, Reynaldo Fonseca, Francisco Brennand, Darel Valença Lins, Maria de Jesus Costa, Wellington Virgulino, Wilton de Sousa e Ionaldo Cavalcanti.
Atelier Coletivo: Abelardo da Hora, Samico, Ionaldo Cavalcanti, Wilton de Sousa, Wellington Virgulino, José Cláudio, Corbiniano Lins, Ivan Carneiro e Marius Lauritzen Bern, entre outros.
Clube da Gravura do Recife: Abelardo da Hora, Ivan Samico, Ionaldo Cavalcanti, Wilton de Sousa e Wellington Virgulino.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Waldemar de Sousa Cordeiro - 2011 - Centenário de nascimento. II
















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Nas comemorações do Centenário de nascimento do Poeta Waldemar de Sousa Cordeiro, homenagem a memória do meu desditoso irmão e também poeta Marco Antônio Cordeiro de Melo, tão prematuramente encantado, com seu poema CREDO DE UM POETA em homenagem ao nosso pai.



CREDO DE UM POETA


Marco Antonio Cordeiro de Melo para Waldemar de Sousa Cordeiro


Não tenho pais:
Fiz do céu e da terra os meus pais.

Não tenho lar:
Fiz das minhas andanças o meu lar.

Não tenho vida ou morte:
Fiz do fluir e do refluir da respiração cansada
a minha vida e a minha morte.

Não tenho poder divino:
Fiz da poesia e da honestidade o meu poder divino.

Não tenho recursos:
Fiz da compreensão os meus recursos.

Não tenho segredos:
Fiz de Siboney o meu segredo eterno.

Não tenho corpo:
Fiz da resistência à doença o meu corpo.

Não tenho olhos:
Fiz do observar o tempo os meus olhos.

Não tenho ouvidos:
Fiz da sensibilidade musical os meus ouvidos.

Não tenho membros:
Fiz da minha dor os meus membros.


Não tenho estratégia:
Fiz da boemia e das grandes serestas a minha estratégia.

Não tenho perspectivas:
Fiz do viver o último momento
como se fosse o primeiro, a minha perspectiva.

Não tenho milagres:
Fiz da ação correta, “dando sem receber”,
os meus milagres.

Não tenho tática:
Fiz do pouco e do muito a minha tática.

Não tenho talentos:
Fiz da língua portuguesa o meu talento.

Não tenho amigos:
Fiz do sonho inacabado o meu único amigo.

Não tenho castelos:
Fiz da namorada de Jabitacá o meu castelo
e a minha moradia eterna.

Sertânia-PE, novembro/2002