Marcos Cordeiro e Alberto da Cunha Melo
Retrato de Rafaella quando menina
Hoje, 25 de maio de 2012 encontrei, quase esquecido dentro de um livro, um bilhete/poema do meu amigo Alberto da Cunha Melo. Com emoção li e reli suas diletas palavras sobre um tempo “sem ressentimentos” em que festejávamos a vida, as festas, minhas pinturas e desenhos, a música e a minha filha Rafaella em Olinda.
Para os meus queridos seguidores ofereço dois bilhetes:
O primeiro de Alberto, o segundo bilhete – a minha resposta um pouco tardia. Porém, não menos viva e atual.
Bilhete de Alberto da Cunha Melo para Marcos Cordeiro
Marcos
Saudade das mangas-rosas e das
Cabritinhas de Sertânia que sua
Arte recriou tão verdemente;
Saudade das cervejas e da menininha
Recém-nascida e de um poema que nasceu
Na hora para ela;
Saudade de tempos sem ressentimentos,
De fins de semana que era só música,
Olinda, Recife e festividades.
Um abraço, meu irmão.
14-11-95.
Alberto
Bilhete de Marcos Cordeiro para Alberto da Cunha Melo
Alberto
O bilhete poético que me mandaste
entremeado de saudosas referências,
trouxe-me outra vez a tua voz
apascentando marrãs e borboletas
ou colhendo mangas-rosas nos beirais
do casarão vermelho de São Pedro
e o sorriso matinal de Rafaella.
As cabras e cabritas estão bem lindas
na minha arte onde as crio sempre belas
além do tempo e da prisão das telas.
As cervejas, continuam loiras,
com tira-gostos de saudades
e canapés de versos livres,
sem rimas e ressentimentos.
A música, essa agora é bem escassa
só batuques e ruídos atropelam
nossos ouvidos que estão feridos.
No Recife e em Olinda só barulho.
Se não fossem os tantos passarinhos
que tu deixaste cantando nos teus versos
só teríamos então, gritos e rinchos.
Até logo meu caro poeta,
se daí remetes tuas saudades.
Saudades que também são minhas
de Olinda e do Recife,
de Olinda e do Recife,
de música e de festividades.
Até logo então, caro poeta,
aqui vamos ficando com Yacala
na mente e no coração.
Olinda, 20 - 05 - 2012.
Marcos
Que saudade de Alberto e sua poesia que tanto amo. Embora eles estejam entre nós pra sempre, na verdade! E-terna poesia, e-terno poeta.
ResponderExcluirSaudades também desse tempo sem ressentimentos, só música, as duas cidades irmãs embevecidas e inocentemente festivas. Ah Yacala revisitada...