Abolicionista José Mariano Carneiro da Cunha e o seu filho Olegário Mariano
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9 - Antologia de Poetas Pernambucanos
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Olegário Mariano - Príncipe dos Poetas Brasileiros
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O enamorado das rosas
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Toda manhã, ao sol, cabelo ao vento,
Ouvindo a água da fonte que murmura,
Rego as minhas roseiras com ternura,
Que água lhes dando, dou-lhes força e alento.
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Cada um tem um suave movimento
Quando a chamar minha atenção procura
E mal desabrochada na espessura,
Manda-me um gesto de agradecimento.
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Se cultivei amores às mancheias,
Culpa não cabe às minhas mãos piedosas
Que eles passassem para mãos alheias.
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Hoje, esquecendo ingratidões mesquinhas,
Alimento a ilusão de que essas rosas,
Ao menos essas rosas, sejam minhas.
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De papo pro ar
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I
Não quero outra vida
Pescando no rio
De jereré
Tenho peixe bom...
Tem siri-patola
De dá com o pé
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Quando no terreiro
Faz noite de luá
E vem a saudade
Me atormentá
Eu me vingo dela
Tocando viola
De papo pro ar.
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II
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Se compro na feira
Se compro na feira
Feijão rapadura
Pra que trabaiá
Eu gosto do rancho
O home não deve
Se amofiná
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Quando no terreiro
Faz noite de luá
E vem a saudade
Me atormentá
Eu me vingo dela
Tocando viola
De papo pro ar.
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In: MASCARENHAS, Mário. O melhor da música popular brasileira. São Paulo: Irmãos Vitale, 1982. v.4, p.146-147
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